Saiba o que é e para que serve a obsolescência programada
Obsolescência programada é a decisão do produtor de propositadamente desenvolver, fabricar, distribuir e vender um produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não-funcional especificamente para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto. A obsolescência programada foi criada, na década de 1920, pelo então presidente da General Motors, Alfred P. Sloan. Ele procurou atrair os consumidores a trocar de frequentemente, tendo como apelo a mudança anual de modelos e acessórios de seus veículos.
Um fenômeno que contribui para a obsolência programada é a Lei de Moore, na qual o número de transistores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada período de 18 meses. Assim, por exemplo, um aparelho que contenha uma determinada quantidade de gigabytes, logo será ultrapassado por uma nova geração de aparelhos com um sistema de armazenamento contados com TB, ou seja, terabytes. Portanto, mesmo que seu aparelho esteja em perfeitas condições de funcionamento, terá que será trocado por outro pois não será mais capaz de armazenar a enorme quantidade de informação que vem sendo produzida.
Benito Muros, fundador do movimento SOP (Sem Obsolescência Programada), alerta para os perigos desta prática, assim, ele diz que é possível comprar produtos que não tenham vida útil programada. Esse movimento tem três objetivos: “Difundir o que é a obsolescência programada e como isso nos afeta; tentar colocar no mercado mais produtos com duração mais longa, a fim de forçar a competição; e tentar unir todos os movimentos sociais para tentar mudar o modelo econômico atual”.
Com o aumento da demanda de informações da rastreabilidade produtiva, por parte da sociedade, espera-se que esse comportamento, por parte dos produtores, seja revisto. Afinal, separar e reciclar resíduos talvez não seja tão inteligente quanto não produzi-lo.
Histórico
A obsolescência programada faz parte de um fenômeno industrial e mercadológico surgido nos países capitalistas nas décadas de 1930 e 1940 conhecido como "descartalização", e é nociva ao meio ambiente, sendo considerada uma estratégia não-sustentável. A obsolescência programada faz parte de uma estratégia de mercado que visa garantir um consumo constante através da insatisfação, de forma que os produtos que satisfazem as necessidades daqueles que os compram parem de funcionar ou tornem-se obsoletos em um curto espaço de tempo, tendo que ser obrigatoriamente substituídos de tempos em tempos por outros produtos mais modernos.
Empresas desenvolvedoras de hardwares e softwares adotam essa estratégia de negócio em seus produtos e sistemas operacionais, integrando assim as suas pesquisas e a sua agenda de lançamentos, a um esforço de flexibilização e aumento capacidade de absorção do mercado consumidor.
Inspirado na Centennial Bulb, lâmpada que continua em funcionamento desde 1901, o espanhol Benito Muros, da SOP (Sem Obsolescência Programada) desenvolveu uma lâmpada de longa durabilidade e recebeu ameaças por conta desta invenção.