segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Episiotomia - O corte do Períneo Durante o Parto - Uma Prática Não Recomendada Pela OMS (Organização Mundial da Saúde)

Episiotomia é uma incisão (corte) efetuada na região do períneo (entre a vagina e o ânus) para ampliar o canal de parto. 

Trata-se de uma prática absurda e machista de, supostamente, aproveitar-se da episiotomia ou da ruptura natural do períneo, para acrescentar pontos extras na vagina durante a sutura. Esse ponto extra teria o objetivo de aumentar o futuro prazer sexual do marido, mesmo que muitas vezes causando dor e desconforto para a mulher a longo prazo.
 O corte do Períneo Durante o Parto - episiotomia


O uso da episiotomia só se justifica em alguns casos, como necessidade de parto instrumentalizado, sofrimento fetal, espaço para acessar a cabeça do bebê. É geralmente realizada com anestesia local.

A finalidade clássica seria reduzir a probabilidade de lacerações perineais graves, enquanto a associação com o fórceps minimizaria o risco de trauma fetal. No entanto, a episiotomia  passou a ser  utilizada indiscriminadamente. 

Essa justificativa passou a ser aceito como verdade incontestável e transcrito em diversos tratados de Obstetrícia em todo o mundo, embora não existissem evidências científicas confiáveis de sua efetividade e segurança. 

Com a hospitalização do parto, passou a ser realizada uma série de intervenções obstétricas para prevenir ou reduzir a incidência de complicações que, no entanto, não se baseavam em evidências científicas. E assim, a prática da episiotomia foi sendo ampliada.
Além de criar um "espaço extra" para a manipulação vaginal, muitos médicos acreditavam que sua realização facilitava a retirada segura do bebê.

Redução do uso da episiotomia
O número de episiotomias só passou a se reduzir a partir da década de 70, quando os movimentos de mulheres e as campanhas pró-parto ativo passaram a questionar o procedimento. Concomitantemente, foram publicados os primeiros estudos clínicos bem conduzidos sobre o tema, em que se questionava o uso rotineiro de episiotomia. 
Foi demostrado que não havia evidências de sua eficácia e havia evidências consideráveis de riscos associados ao procedimento: dor, edema, infecção, hematoma e dispareunia.

Episiotomia de rotina ou episiotomia seletiva:
Conclui-se que os benefícios da episiotomia seletiva (indicada somente em situações especiais) são bem maiores que a prática da episiotomia de rotina. 
A recomendação atual da Organização Mundial de Saúde não é de proibir a episiotomia, mas de restringir seu uso, admitindo-se que em alguns casos ela pode ser necessária. Entretanto, a taxa de episiotomia não deve ultrapassar 10%, evitando riscos maternos ou neonatais. 

Episiotomia e o "ponto do marido"

Há relatos médicos da prática do que se chamava de o "ponto do marido"
Trata-se de uma prática absurda e machista de, supostamente, aproveitar-se da episiotomia ou da ruptura natural do períneo, para acrescentar pontos extras na vagina durante a sutura. Esse ponto extra teria o objetivo de aumentar o futuro prazer sexual do marido, mesmo que muitas vezes causando dor e desconforto para a mulher a longo prazo. 

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